Sábado, 6 de Dezembro de 2003
...deuses fecundos e deuses infecundos... que de amor se preenchem e que de amor se entregam... estados puros que nos abraçam em momentos de paz onde o líbido não reconhece o corpo e a alma nele se desfaz... ...nesse puro amor de ávidos sentidos onde não existe a dor senão apenas a do despojar de tudo, o nada surge no seu esplendor, imerge como uma flor, abrindo-se e fechando-se ao mesmo tempo... ...nem só de viriatos vive a mulher; a loucura é preciso, a insanidade está no siso e no riso... ...apuram-se as palavras para designarem amar; amar não se designa, amar não se resigna, amar não se digna, amar nem sequer é uma insignia, amar é um estado de alma onde, na verdade, se fundem os viriatos que nem são homens nem mulher, são apenas o desejo de o ser...
De amiga a 4 de Janeiro de 2004 às 12:17
Antero de Quental
Uma Amiga
Aqueles que eu amei, nao sei que vento
Os dispersou no mundo, que os nao vejo...
Estendo os bracos e nas trevas beijo
Visoes que a noite evoca o sentimento...
Outros me causam mais cruel tormento
Que a saudade dos mortos... que eu invejo...
Passam por mim... mas como que tem pejo
Da minha soledade e abatimento!
Daquela primavera venturosa
Nao resta uma flor so, uma so rosa...
Tudo o vento varreu, queimou o gelo!
Tu so foste fiel - tu, como dantes,
Inda volves teus olhos radiantes...
Para ver o meu mal... e escarnece-lo!
De as1160307 a 6 de Dezembro de 2003 às 14:03
Gostei!... E falando, na verdade, toda a nossa vida é alimentada por desejos!...
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